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Trigo Balanço Mensal Junho/21: plantio do trigo safra 2021 chega a reta final no Brasil



O mês de junho foi de grande importância para o avanço das atividades de plantio do trigo safra 2021 no Brasil, com 95% das áreas implantadas no Paraná e 75% das lavouras destinadas à cultura no Rio Grande do Sul concluídas

A comercialização do cereal esteve um pouco lenta, especialmente diante do preço elevado do grão, que perdeu atratividade diante da baixa dos preços do trigo no mercado externo, incluindo grandes parceiros de importação e também pela pouca atividade dos moinhos, que realizaram poucas aquisições. Na Argentina o plantio do trigo chegou a 84% e nos EUA, a colheita do cereal de inverno marcou início.

Trigo Brasil

A queda do dólar que encerrou o mês de junho com uma depreciação de 4,88% valendo R$ 4,97 no dia 30 de junho, acabou desvalorizando os preços do trigo no mercado doméstico.

A queda no cereal também foi influenciada pela desvalorização do cereal no mercado externo, principalmente na Bolsa de Chicago, que sofreu uma queda generalizada na cotação das principais commodities agrícolas (soja, trigo e milho).

Com isso, a comercialização ocorreu de forma bastante lenta no mercado do trigo doméstico, tanto por conta da atratividade nos preços do cereal importado, que ficaram menores que o grão nacional, como também pela baixa demanda do setor dos derivados de trigo, que ainda possuía a matéria-prima em estoque e mostrou pouco interesse em comprar mais.

Mediante a este cenário a cotação do trigo paranaense atingiu a sua menor cotação do ano, custando R$ 73,81/saca no dia 28 de junho.

Os produtores por sua vez, também se distanciaram do mercado, aproveitando o clima favorável para realizar as tarefas de plantio da nova safra que chegaram a sua reta final juntamente com o término do mês.

No Paraná, a safra foi 95% concluída, enquanto que no Rio Grande do Sul, o plantio do trigo está em 75%.

Embora as geadas e baixas temperaturas que ocorreram nos últimos dias tenham afetado significativamente as áreas de milho segunda safra, aparentemente os danos não foram tão severos nas lavouras de trigo, pois o estágio de desenvolvimento em que as plantas se encontram em sua maioria, não são tão suscetíveis aos efeitos do fenômeno climático. Mesmo assim, com o aumento nos preços do milho e soja, a cotação do trigo também conseguiu aumentos na última semana de junho, se recuperando um pouco das perdas acumuladas no mês.

Embora ainda seja cedo para se fazer afirmações certeiras sobre a produção da safra brasileira de trigo em 2021, a Cogo Inteligência em Agronegócio, diz que a produção deverá atingir um recorde de produção de 8,2 milhões de toneladas. Os preços favoráveis ao produtor estimularam a área plantada, que chegou a 2,7 milhões de hectares. Neste ano, os preços do cereal aumentaram 60%.

Trigo Argentina

Na Argentina, de acordo com as primeiras estimativas do Ministério de Agricultura e Pesca da Argentina, a safra 2021/2022 dos principais grãos de inverno terá uma área cultivada de 8,3 milhões de hectares, com produção esperada em 25 milhões de toneladas. Somente para o trigo, as áreas implantadas devem ser de 7 milhões de hectares, o que significa, portanto, uma antecipação de uma safra recorde para país vizinho e um aumento no saldo exportável do grão.

Com os preços atuais, e se as previsões de safra forem cumpridas, o saldo exportável do cereal ficará entre 12 milhões e 13 milhões de toneladas. Com esse volume de exportação, a receita cambial ficará acima de US$ 3,2 bilhões, 30% a mais em relação à safra anterior.

De acordo com o levantamento semanal da Bolsa de Cereales, até o dia 30 de junho o plantio do trigo da Argentina havia chegado a 84% das áreas estimadas em 6,5 milhões de hectares para o ciclo atual.

As condições de lavouras estão excelentes, já que 70% das áreas possuem boa capacidade de umidade para levar o cultivo em situações adequadas durante as etapas de desenvolvimento.

Trigo Mercado Externo

Nos EUA o último mês foi de encerramento no plantio do trigo de primavera e início da colheita do cereal de inverno.

Na primeira semana os preços tiveram suporte do clima quente e seco que dificultava o desenvolvimento das lavouras, mas no passar dos dias, com a melhora do clima e presença de chuvas, as cotações foram se desvalorizando.

Já na segunda semana, o Departamento de Agricultura dos EUA, divulgou a sua versão de junho do relatório WADE, informando que a estimativa da produção mundial de trigo para a safra 2021/22 subiu para 794,44 milhões de toneladas contra os 788,98 milhões de tons estimados no relatório de maio. Com isso, o total ofertado passou para 1,087 bilhão de toneladas ou 0,39% a mais, e a demanda foi aumentada para 791,12 milhões de tons, o que resultou em um estoque final de 296,80 milhões de tons.

Para os EUA, a modificação foi de uma redução nos estoques finais tanto para 2020/21 como para o próximo ciclo. Isso foi resultado de um aumento nas previsões das exportações de trigo norte-americano na safra 2020/21 em 2,09% para 26,81 milhões de toneladas – deixando os estoques finais em 23,18 milhões de tons ou 2,28% a menos que o relatório anterior. Para 2021/22 os estoques norte-americanos contabilizaram 20,95 milhões de tons (-0,48%).

Na Argentina os volumes de ambas as safras não foram alterados e o USDA manteve uma produção estimada em 20,5 milhões de tons para 2021/22 e uma disponibilidade de 13,5 milhões de tons com destino para a exportação.

No Brasil o USDA também seguiu com as mesmas previsões, mantendo os estoques finais da safra 2020/21 em 640 mil toneladas e uma necessidade de importação anual de 7 milhões de tons. Para a safra 2021/22 a produção nacional esperada é de 6,8 milhões de toneladas – consumo de 12,5 milhões de tons e estoques finais de 940 mil tons.

Também em junho, o Conselho Internacional de Grãos reduziu ligeiramente suas estimativas para a produção global de trigo de 2021/22, mas ainda espera uma colheita recorde de 789 milhões de toneladas nesta temporada. O IGC não espera ver variações significativas nos estoques de grãos, devido aos “usos de alimentos, rações e industriais, todos previstos nos recordes.”

Após uma grande volatilidade nos preços do trigo na Bolsa de Chicago, as cotações do trigo hard subiram no mês a mês, com variação positiva entre 4,23% a 6,03% nos vencimentos de jul/21 a mai/22. Os futuros do trigo soft também tiveram uma leve valorização ante o mês anterior, com incremento entre 1,21% a 1,54% nos mesmos prazos de entrega.

Fonte: AF News

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