Fornecedor argentino comunicou ao moinho paranaense Rio Azul o cancelamento de um contrato para envio de 250 toneladas do produto
A invasão russa à Ucrânia já tem desdobramentos no mercado de trigo – e não só nos preços. Um fornecedor de farinha da Argentina comunicou ao moinho paranaense Rio Azul o cancelamento de um contrato para entrega de nove cargas – o equivalente a cerca de 250 toneladas. O envio ocorreria em março.
“Eles me disseram que os produtores argentinos paralisaram o fornecimento e, com isso, não sabem se conseguirão nos entregar a farinha nem a que preço”, disse ao Valor Paulo Henrique Zanini, gerente geral do moinho.
O Rio Azul compra a farinha argentina para misturar à moagem própria de trigo paranaense, gaúcho e paraguaio. “Eles são um fornecedor antigo, com o qual normalmente não temos problemas”, conta o executivo.
Zanini teme que outros fornecedores façam o mesmo ou que tentem ajustar os valores de contrato. “Com o aumento dos preços de referência em Chicago, teremos certamente um aumento de custo expressivo”, comentou. O trigo responde por 70% do custo de produção do moinho.
Em média, o Rio Azul fechou contratos para março a R$ 1,7 mil a tonelada de trigo, mas Zanini acredita que as transações podem alcançar entre R$ 1,8 mil e R$ 1,9 mil.
Na ponta do consumidor, Zanini acha que os reajustes serão sentidos apenas em abril. “Precisamos ver se haverá uma acomodação, uma correção na bolsa ou ainda como estará o câmbio”, conclui.
O Rio Azul tem capacidade para moer 120 mil toneladas de trigo ao dia. Como não trabalha nos finais de semana, ela utiliza 65% de seu potencial.
Fonte: Valor Econômico