A cotação do farelo de trigo subiu fortemente durante o mês de agosto, especialmente devido a alta demanda, provocada pela oferta restrita do milho e altos preços do cereal. Além disso, com a valorização do trigo e pouca oferta do subproduto, os moinhos conseguiram repassar seus preços sem muitas dificuldades. Por outro lado, o mercado começa a chegar ao seu limite, já que em algumas regiões o farelo é ofertado acima dos preços da matéria-prima e a ocorrência de chuvas nos próximos dias, também pode representar numa pequena melhora dos pastos, diminuindo a necessidade de aquisição por alguns compradores
Nas últimas semanas o mercado do farelo de trigo registrou um forte aumento nos preços, impulsionados principalmente pela oferta restrita do cereal, por conta do baixo volume de moagem de trigo para a produção de farinha, assim como, pela valorização do trigo, que subiu tanto no mercado doméstico, como no exterior.
O repasse nos preços foi acontecendo semanalmente sem muitas dificuldades, já que a falta de milho disponível e altos preços praticados no cereal amarelo, fizeram os compradores aumentarem a sua necessidade de compra pelo farelo de trigo. Com a demanda aquecida, as novas tabelas com índices mais elevados foram bem absorvidas.
No entanto, alguns agentes já começaram a sinalizar que finalmente parece que os preços chegaram a um topo, ou seja, a um limite aceitável de aumentos e pode ser que essas cotações se estabilizem para os próximos dias. Isto porque, em algumas regiões se notou que o valor do farelo de trigo já está com um custo acima dos valores praticados na matéria-prima.
E por que isso é ruim? Bem, não dá pra se dizer que esse fato se caracteriza como uma situação ruim, mas chegando a um valor muito elevado, o farelo de trigo perde a atratividade. Além do que, o trigo em grãos, por ser vendido inteiro, possui um melhor aproveitamento e conversão alimentar, sendo assim, seria mais viável a compra do grão, do que do seu subproduto.
Com os elevados patamares praticados no farelo também, os compradores já começam a perceber que existem outros produtos que podem ser utilizados na alimentação animal, que possuem um valor nutricional e/ou energético superior e que estão com os valores aproximados, sendo assim, apresenta um melhor custo benefício.
Ainda assim, há de se ressaltar que embora a colheita do milho safrinha esteja chegando a reta final, dando uma aquecida na oferta, a disponibilidade do cereal ainda é escassa, em especial dos grãos de melhor qualidade. Muitos produtores dizem ter conseguido colher alguma coisa de milho, mas em alguns casos este grão não pode ser utilizado nem para silagem.
Sendo assim, é provável que a demanda por farelo de trigo ainda continue intensa nas próximas semanas, especialmente porque a oferta continua limitada, o que faz todo produto que é produzido, ser escoado fácil e rapidamente.
Com base nos relatos dessa última semana, as regiões Oeste e Norte do Paraná, seguem com a demanda bastante aquecida, mas não houveram grandes mudanças nos preços, que continuam elevados.
Na região de Curitiba e Ponta Grossa-PR, os vendedores disseram estar com as entregas normalizadas e ainda surgem alguns clientes pontuais precisando de uma carga ou outra, mas de modo geral, a demanda está equilibrada e estável.
Na região de São Paulo Capital, o farelo de trigo continua com boa demanda e ainda tem abertura para aumentar preços. Porém, devido ao bom volume de alguns compradores, os moinhos consultados disseram estar mantendo os preços para seguir apresentando uma boa saída do produto.
Na Região de Caxias e Porto Alegre- RS, a demanda ainda está bem aquecida e se notou uma leve diminuição na moagem da farinha, com isso os preços subiram.
Em Santa Catarina, o volume produzido de farelo ainda é baixo e com a procura aquecida, os preços seguiram operando firmes.
FARELO DE TRIGO POR REGIÃO (preços a retirar-FOB)
No OESTE DO PARANÁ preços de negócios entre R$ 1480/ton a 1580/ton FOB no granel e no ensacado preço médio de R$ 1.580/ton FOB.
No NORTE DO PARANÁ os preços praticados no granel foram entre R$ 1500/ton a 1600/ton FOB, e no ensacado preço médio de R$ 1.600/ton FOB.
Na região de CURITIBA-PR, a cotação ficou em R$ 1380/ton a R$ 1480/ton FOB diferido no granel. No ensacado preço médio ficou em R$ 1520/ton FOB.
Nos moinhos da grande SÃO-PAULO-SP os preços praticados no granel ficaram em torno de R$ 1380/ton FOB a R$ 1490/ton FOB diferido, e o ensacado ficou em R$ 1.550/ton FOB.
Nos moinhos do RIO GRANDE DO SUL, os preços em Porto Alegre a granel foram negociados entre R$ 1450 a R$ 1550/ton FOB. No ensacado, volumes de negócio a R$ 1550/ton FOB. Em Caxias do Sul volumes a granel negociados entre R$ 1450/ton a R$ 1550/ton FOB. No ensacado, os preços praticados foram em média de R$ 1.580/ton FOB.
Em SANTA CATARINA, na região de Mafra volumes de negócios no granel entre R$ 1450/ton a R$ 1520/ton FOB e no ensacado a R$ 1.520/ton FOB. No Oeste catarinense, negócios no granel entre R$ 1450/ton e R$ 1500/ton FOB e no ensacado a R$ 1.550/ton FOB.
Fonte: AF News