A cotação dos derivados de trigo registraram aumentos em várias regiões dos principais estados produtores de trigo nos últimos dias, fundamentadas principalmente pelo impacto das geadas sobre as lavouras do cereal paranaense. Algumas regiões de Santa Catarina e São Paulo, onde o trigo estava mais adiantado também reportaram perda da qualidade e possível redução na produtividade do grão. Diante disso, os compradores estiveram mais ativos no mercado, fazendo os vendedores aproveitarem o momento para inserir reajustes
Os moinhos de trigo entraram o mês de agosto seguindo com uma necessidade de realizar ajustes no preço da farinha de trigo, já que as cotações da matéria-prima não param de subir, o que eleva cada vez mais o custo de produção dos derivados.
Nos últimos meses o mercado das farinhas demonstrou grande dificuldade em aumentar os preços, já que a demanda sinalizou expressiva retração diante dos anos anteriores. Porém, parece que o mês vigente está demonstrando um pouco mais de facilidade para o aumento das tabelas, dado o cenário da ocorrência de geadas no Paraná, principal estado produtor de trigo, que já reduziu a qualidade de algumas plantações e isso pode impactar num menor rendimento das plantas.
Além disso, o dólar segue operando em patamares elevados, na casa dos R$ 5,20 e com a alta da inflação, valorização do trigo no mercado externo e necessidade de importação do cereal de outros países no período de entressafra, fica difícil não realizar aumentos.
Mesmo assim, os moinhos entrevistados pela AF News nestes últimos dias, relataram que a procura pela farinha de trigo sinalizou melhora neste começo de mês, mas alguns compradores ainda insistem em fazer ofertas a preços menores, pressionando por baixas. Porém, os agentes relatam que os preços chegaram num limite que não se tem mais como baixar.
Desta forma, a maior parte dos moinhos continua se mantendo firmes sem recuar os preços, mesmo que isso resulte em menos negócios e aos poucos, vão introduzindo novos aumentos, até que os patamares alcançados se equiparem as valorizações sinalizadas para a matéria-prima, o que no caso, é a maior dificuldade do momento atual.
FUNDAMENTOS DE FORMAÇÃO DE PREÇOS
– Dólar com alta na semana de 02 a 09/08 fechando com +1,58% passando de R$ 5,1653/US$ para R$ 5,2473/US$.
– Farelo de Trigo: demanda e preços do farelo continuam elevados, falta produto em algumas regiões.
– No mercado de lotes, o trigo do Estado do Paraná teve leve alta nos preços, com negócios entre R$ 1600 a 1650/ton FOB. No Rio Grande do Sul, preços na média de R$ 1550/ton FOB.
– Preço de importação do trigo argentino 12,0% de proteína safra atual (ago/21) cotado em alta com variação de 3,26% na semana, agora a R$ 1.673/ton posto em Santos-SP (trigo + frete marítimo + descarga + seguro) considerando o dólar médio da semana em R$ 5,20. Na referência do trigo americano (hard) embarque em ago/21 em alta, cotado na média de R$ 2.126/ton (+4,87% na semana).
– Na quarta-feira (04) a Agência Marítima NABSA divulgou o Line Up de exportação de trigo dos próximos dias. Entre os dias 04 a 21 de agosto, estão programados o envio de 301,07 mil toneladas de trigo para o exterior. Destas 226,07 mil tons tem destino ao Brasil com aumento de 11,64% em uma semana. O volume destinado vai para Bunge (81,6 mil tons), Cargill (51,47 mil tons) e OMHSA (33,0 mil tons).
Fonte: AF News
