Após um longo período de retração da indústria, que esperava reduzir os preços da farinha com a baixa procura, finalmente os moinhos começaram relatar retorno dos compradores ao mercado, pela necessidade de reposição dos seus acervos que já se encontravam defasados
O final de abril e este início de março está sendo de muito otimismo para os moinhos de trigo, pois vários entrevistados pela AF News reportaram uma melhora na demanda por farinha nos últimos dias.
Nos últimos meses o setor enfrentou grande dificuldade nas vendas, por conta do recuo na procura, assim como, tiveram que lidar com a alta nos preços da matéria-prima, embalagens e outros fatores que acarretaram aumentos na formação do preço das farinhas.
De outro lado, causando ainda mais pressão, os compradores estiveram recuados, baixando seus volumes de compras como forma de manter os preços da farinha em baixos patamares, quando realmente o setor precisava de um ajuste de preços em virtude da elevação dos custos.
Felizmente que este período de retração de demanda parece estar cessando, pois agora uma parte da indústria está mostrando necessidade de repor seus acervos e estão ficando mais ativas nas compras nos últimos dias.
Um agente entrevistado de um moinho de médio porte do Rio Grande do Sul, disse que os compradores estão mais abertos aos negócios, o moinho está recebendo diversas propostas de compras, assim como entrada de vendas pelos representantes de diversas regiões do Brasil, e esse aquecimento fez com que a necessidade de moagem aumentasse.
No entanto, alguns agentes ainda estão cautelosos em um novo repasse de preços, que está ocorrendo de forma gradual, basicamente a cada quinze dias para que o mercado absorva sem muitas negativas. Porém, esses novos ajustes são completamente necessários, já que o patamar de custo de um modo geral da farinha de trigo chegou a um nível que ficou impossível não trabalhar nos preços.
O que favorece os moinhos neste momento, portanto, é que como o mercado estava desabastecido pelo motivo de ter restringindo suas compras até onde puderam, agora chegou um momento em que as indústrias estão com uma grande necessidade de novas aquisições, o que torna um pouco mais fácil a absorção das novas tabelas.
Embora as tabelas ainda não estejam ajustadas para um valor que ainda precisa ser praticado de modo que as margens voltem num patamar equilibrado, mas momento, isso é o suficiente para os moinhos ganharem um pouco de fôlego diante do fracasso dos meses anteriores.
FUNDAMENTOS DE FORMAÇÃO DE PREÇOS
– Dólar em QUEDA na semana de 03 a 10/05 fechando com -3,43% passando de R$ 5,418/US$ para R$ 5,232/US$.
– Farelo de Trigo: estiagem eleva a demanda por farelo, mas moinhos ainda atuam cautelosos. Próximo balanço AF News de Farelo de Trigo será divulgado no dia 13/05 (quinta-feira).
– No mercado de lotes no trigo do Estado do Paraná estabilidade nos preços, com negócios entre R$ 1600-1700/ton FOB. No Rio Grande do Sul, preços na média de R$1550-1600/ton FOB.
– Preço de importação do trigo argentino 12,0% de proteína safra atual (abr/21) cotado em alta de 1,76% na semana, agora a R$ 1.693/ton posto em Santos-SP (trigo + frete marítimo + descarga + seguro) considerando o dólar médio da semana em R$ 5,27. Na referência do trigo americano (hard) embarque em abr/21 em alta, cotado na média de R$ 2.156/ton (+1,67% na semana).
– A Agência Marítima NABSA divulgou o Line Up de exportação de trigo dos próximos dias. Entre os dias 06 a 17 de maio, estão programados o envio de 486,67 mil toneladas de trigo para o exterior com aumento de 12,25% em comparação com o volume programado na semana anterior. Destas 245 mil tons tem destino ao Brasil com queda de 9% em uma semana. O volume destinado vai para Bunge (79,5 mil tons), OMHSA e Adm Agro(30,0 mil tons).
Fonte: AF News