Farinha de Trigo: piora na qualidade do trigo do PR pode auxiliar na demanda de farinha – SINDITRIGO
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Farinha de Trigo: piora na qualidade do trigo do PR pode auxiliar na demanda de farinha



A demanda pelos derivados de trigo continua em ritmo lento, com os moinhos buscando meios de aumentar os preços mesmo encontrando dificuldades. Por outro lado, a ocorrência de fortes geadas que diminuiu em 26% as qualificações das lavouras de trigo boas e excelentes do Paraná, o que deve resultar em menor produtividade, poderia contribuir para os compradores retornem ao mercado, já que este cenário deve dar suporte ao aumento dos preços da matéria-prima e por consequência das farinhas

O Deral informou nesta terça-feira (03), por meio do seu boletim semanal de acompanhamento de safra, que as lavouras de trigo do Paraná tiveram uma grande perda de qualidade após as ocorrências das últimas geadas. Até o dia 26 de julho, o Departamento apontava que 90% das áreas estavam em boas a excelentes condições e nesta semana, em avaliação feita o dia 01 de agosto, apenas 64% das lavouras estavam nestas condições, uma queda 26%.

Este novo cenário pode refletir no aumento dos preços do trigo e derivados, respectivamente, já que a perda da produtividade do cereal acarretaria numa menor safra, ou seja, menor oferta disponível do grão. Sendo assim, é plausível afirmar que os compradores que aguardavam uma queda nos preços da farinha para poder retornar aos negócios, poderão não visualizar este cenário, diante do comprometimento das lavouras de trigo.

Ainda assim, o setor moageiro de trigo continua apresentando dificuldades para realizar o repasse de preços, já que a demanda continua sem reação há semanas. Mesmo com a necessidade de compra, o setor da indústria tem feito somente aquisições pontuais, de modo a pressionar os moinhos por preços mais baixos nas farinhas.

Para completar, o setor do atacado segue pressionando os moinhos de trigo por preços menores, já que o poder de compra dos consumidores diminuiu. Isso acaba fazendo com que os preços não sejam absorvidos em nenhum dos níveis da demanda.

Outra dificuldade encontrada pelos moinhos de trigo se deve ao fato da concorrência, caracterizada como desleal, entre os moinhos de pequeno/médio ante os grandes players. Enquanto que os moinhos de trigo de grande porte possuem estoque de trigo importado a um custo menor, maior rotação de estoque e volume de venda, com uma flexibilidade maior para a redução de preços, os moinhos de porte menor precisam se inovar para encontrarem uma maneira diferenciada e saudável de comercializar a farinha, sem ter que queimar os preços.

De acordo com os entrevistados pela AF News, mesmo para moinhos que ainda estão conseguindo trabalhar com uma margem melhor, os resultados de venda de farinha e derivados de trigo não são satisfatórios, pois o custo de produção subiu demais, o trigo encareceu e a farinha não acompanhou, além de que, com os baixos volumes de vendas, a liquidez é baixa, quando comparada a anos anteriores.

Sendo assim, a esperança de que a maioria do setor moageiro de trigo tem, é que os compradores vejam a verdadeira realidade do mercado, de que com os altos preços do trigo, matéria-prima valorizada não apenas no Brasil, como no mercado externo e dólar em altos patamares, será difícil manter os preços dos derivados nos atuais índices e, mais impossível ainda, de baixar as cotações.

No entanto, enquanto a demanda não reage, só resta aos moinhos continuar realizando repasses graduais de aumentos, enxugar as despesas, como forma de maximizar os lucros, buscando maneiras inovadoras de se diferenciar no mercado.

FUNDAMENTOS DE FORMAÇÃO DE PREÇOS

– Dólar com leve queda na semana de 26/07 a 02/08 fechando com -0,17% passando de R$ 5,1742/US$ para R$ 5,1653/US$.

– Farelo de Trigo: Falta de farelo no mercado alavanca os preços e demanda explode em função das geadas.

– No mercado de lotes, o trigo do Estado do Paraná teve leve alta nos preços, com negócios entre R$ 1600 a 1650/ton FOB. No Rio Grande do Sul, preços na média de R$ 1550/ton FOB.

– Preço de importação do trigo argentino 12,0% de proteína safra atual (ago/21) cotado em queda com variação de 1,55% na semana, agora a R$ 1.620/ton posto em Santos-SP (trigo + frete marítimo + descarga + seguro) considerando o dólar médio da semana em R$ 5,13. Na referência do trigo americano (hard) embarque em ago/21 em queda, cotado na média de R$ 2.027/ton (-0,97% na semana).

Fonte: AF News

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