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Pesquisa desenvolve cultivar de trigo para silagem



Entre os benefícios está a produção na entressafra com alta qualidade nutricional

Pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) desenvolveram uma cultivar de trigo adequada para a produção de silagem. Com a valorização do milho, o trigo vem ganhando maior destaque na alimentação animal principalmente por poder ser produzido na entressafra, com custos menores do que os do grão e por ser menos exigente e com menores riscos em função das condições climáticas, quando comparado ao milho safrinha.

A cultivar MGS Brilhante, promissora para a produção de silagem no outono e no inverno em Minas Gerais e em outras regiões tropicais do Brasil. A variedade, recomendada para o cultivo de sequeiro, possui entre 90 e 120 centímetros de altura, tolera acamamento e não possui aristas. O ciclo da cultivar é considerado médio, com cerca de 50 dias até o espigamento e mais 50 dias até a maturação completa.

Segundo o pesquisador, Maurício Coelho, um fator que deve ser observado na escolha da cultivar de trigo para produção de silagem é a ausência de aristas nas espigas do trigo, pois elas podem causar lesões no aparelho digestivo dos animais.  “A produção de silagem de trigo durante o inverno, na entressafra, representa uma oportunidade aos pecuaristas de aumentar seus rendimentos e diluir os custos fixos da propriedade, além de estabelecer uma adubação antecipada para a próxima cultura de verão e, ainda, proporcionar uma excelente rotação de cultura no sistema de produção”, afirma

Segundo análises a silagem de trigo produzida com a cultivar, no período da entressafra, apresenta valores de proteína entre 9,7 a 12,4%. O trigo é uma cultura que responde bem à irrigação e pode produzir três vezes mais em condições de sequeiro. 

Em Minas Gerais, a semeadura deve ser feita a partir do mês de março para que o espigamento ocorra de maio em diante. Semeaduras em áreas de sequeiro podem ser realizadas entre março e abril, pois regiões mais ao Sul do estado permitem semeaduras mais tardias. No entanto, a depender de outras regiões, semeaduras mais tardias não são recomendadas diante o risco de falta de chuvas ao longo do ciclo produtivo do trigo. Já o cultivo em áreas irrigadas pode ser realizado entre março e julho.

Atentar-se às datas é importante para que não ocorra incidência de brusone, principalmente nas regiões com temperaturas mínimas diárias acima de 15ºC durante a fase de espigamento. A brusone é uma doença que compromete significativamente a produtividade de grãos das cultivares de trigo.

Temperaturas  mais amenas tendem a prolongar o ciclo de produção e a favorecer o perfilhamento e a produtividade da cultivar “Nós recomendamos de 350 a 400 sementes por metro quadrado. O espaçamento pode variar entre 17 e 20 centímetros entre linhas. A profundidade de semeadura deve ser de dois a três centímetros, sempre com profundidades menores em solos argilosos. Devido ao tamanho reduzido das sementes, semeaduras profundas vão dificultar a emergência das plântulas, o que reduz a população final”, pontua o pesquisador, Marcelo Lanza. 

A cultura do trigo pode ser implantada e conduzida tanto com o preparo convencional do solo quanto no sistema de plantio direto.  As recomendações de adubação vão depender de aspectos como fertilidade e textura do solo, nível tecnológico da propriedade e expectativa de produção. 

O período ideal para colheita de trigo para produção de silagem compreende-se entre o estágio de grão leitoso a grão pastoso, a partir de 75 dias de cultivo. O pesquisador Maurício Coelho explica que colheitas após o estágio de grão pastoso proporcionam reduções na qualidade e na digestibilidade da silagem por parte dos animais.

Já a ensilagem é semelhante ao processo feito com o milho e o sorgo. “Para se obter uma silagem de qualidade é necessária uma boa compactação e, consequentemente, uma boa fermentação. Além disso, a planta deverá ser bem picada, evitando presença de fibras longas no material”, finaliza Maurício.

Fonte: Agrolink

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