A semeadura do trigo para a safra 2021/22 do país vizinho foi encerrada nos últimos dias com a expectativa de uma produção recorde de mais de 20 milhões de toneladas. Porém, tudo vai depender, se as baixas temperaturas e as limitações hídricas em algumas áreas do país não afetarem a safra
A semeadura da safra de trigo 2021/22 foi encerrada nos últimos dias com a expectativa de uma produção de mais de 20 milhões de toneladas, caso as baixas temperaturas não afetem a safra.
A passagem de uma frente fria sobre grande parte da área agrícola causou alguns danos às lavouras de trigo, informou a Bolsa de Cereales em seu último Panorama Agrícola Semanal, em que indicava que o plantio dos 6,5 milhões de hectares estava praticamente concluído nesta campanha.
Na última semana, informou a entidade, o avanço de uma frente fria sobre a área agrícola nacional “causou danos estruturais nas praças mais avançadas do norte da área agrícola e nos lotes tardios”.
De acordo com o relatório, as condições da lavoura são mais afetadas nos setores com maiores limitações hídricas e, na falta de previsão de chuvas, sua recuperação pode ficar comprometida.
No entanto, para a Bolsa de Valores de Rosário (BCR) o frio uniforme “parece já ter rustificado a safra” e as maiores reservas de umidade do solo e baixas temperaturas favoreceram o perfilhamento, portanto, é provável que neste ano não se vejam os estragos deixados pelas geadas de 2020.
Ao contrário do ano passado – que em julho registrava um milhão de hectares plantados com condições regulares a ruins devido à forte seca no centro e norte do país – hoje, existem apenas 75 mil hectares regulares no norte de Córdoba.
“75% do trigo está em muito bom estado” (quase 1,3 milhão de hectares na região núcleo) são classificados entre excelentes e muito bom estado, e os 25% restantes, em bom estado”, indicou a BCR.
Com cerca de sete milhões de hectares plantados no país, estimou a BCR, nesta campanha de 2021/22 que o maior nível de plantio dos últimos 20 anos seria atingido, ultrapassando a semeadura de 2019/20 (6,79 M ha ), com potencial de produção de 20,5 milhões de toneladas.
“A diferença de cenários é avassaladora e é óbvia quando se compara o teor de umidade do solo em julho de 2021 vs 2020; por tudo isso, um panorama normal e um horizonte produtivo recorde para a Argentina de 20,5 Mt são mais firmes, quando há um mês estavam estimado em 20 Mt”, arriscou a entidade.
De acordo com a Bolsa de Cereales, os recordes de alta nas temperaturas da metade de julho foram interrompidos pela entrada de uma frente fria na última semana, uma alternância de temperaturas que “causou prejuízos à safra, principalmente nas tabelas mais avançadas”.
Na faixa central da área agrícola, as baixas temperaturas deram origem a geadas que causaram danos foliares e atrasos no desenvolvimento, de maior magnitude em direção à margem oeste, nos setores com menor abastecimento de água.
No entanto, o relatório esclareceu, “que essas baixas temperaturas favoreceram o desenvolvimento das raízes, o que pode ser benéfico em condições de baixa umidade.”
Finalmente, ao sul da área agrícola, a ação dos ventos acelerou a perda de umidade superficial, mas prevê-se que a semeadura seja finalizada com a umidade remanescente nos próximos dias.
Enquanto isso, a BCR informou que a falta de água nos primeiros centímetros do solo já é perceptível no norte e oeste da região núcleo: “Há preocupação com o pouco desenvolvimento aéreo da lavoura e um atraso das chuvas em agosto causaria menor produtividade”.
A entidade alertou ainda para a presença de um importante centro de alta pressão que tem dominado praticamente todo o país, mantendo as temperaturas abaixo de zero grau em todo o território.
Fonte: AF News
