Trigo Argentina: precipitações melhoram a qualidade e rendimento das lavouras de trigo do país vizinho – SINDITRIGO
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Trigo Argentina: precipitações melhoram a qualidade e rendimento das lavouras de trigo do país vizinho



As chuvas que se ocorreram em várias regiões da Argentina na semana passada, contribuíram para uma melhora expressiva na qualidade do trigo da safra 2021/22 que está sendo cultivada. As precipitações foram muito oportunas, pois reverteram um prolongado período de estiagem que começava a preocupar o mercado

As últimas chuvas que ocorreram sobre as lavouras de trigo da Argentina entre final de agosto e primeira semana de setembro, conseguiram aparentemente, reverter um prolongado período de estiagem que começava a preocupar o mercado.

Inclusive, algumas consultorias do país vizinho ficaram tão otimistas com o novo cenário, que atualizaram suas estimativas de produção que agora estão entre 20,5 a 22,5 milhões de toneladas para a safra de trigo 2021/22, numa extensão de 6,5 milhões de hectares e uma produtividade média de 34,5 quintais por hectare.

No entanto, se a primavera vier com um bom nível de chuvas, o rendimento médio pode subir para 36 quintais e a colheita chegar a 23,5 milhões de toneladas. E se a campanha acabar sendo excepcional em termos de clima, pode chegar a 24 milhões de toneladas, com um rendimento médio de 37 quintais.

Não são valores impossíveis: há que ter em conta que, entre os rendimentos mínimo e máximo, são apenas 2,5 quintais de diferença. E a Argentina já teve safras médias de trigo no passado que ultrapassaram 37 quintais.

Todavia, é importante ressaltar que os órgãos oficiais, como a Bolsa de Cereales que realiza semanalmente seu acompanhamento de safra, ainda mantém suas previsões em 20,5 milhões de toneladas, que é o número provável mais real sobre a quantificação da produção da safra.

Bom ritmo nas exportações

Com relação ao trigo da safra passada, no período janeiro-julho os embarques para o Brasil atingiram 3,3 milhões de toneladas. Em seguida, o segundo destino foi o Chile com 580.000 toneladas, seguido pela Indonésia (463.000), Bangladesh (395.000), Marrocos (391.000), Nigéria (337.000) e Argélia (215.000).

Ou seja, um mercado diversificado com grande oferta para países do Oriente Médio e Ásia-Pacífico. Neste ano, a queda na oferta de trigo exportável dos Estados Unidos, Canadá, Europa e dos “ursos” do Mar Negro, Rússia e Ucrânia, nos permite voltar a vender para esses mercados.

No mercado interno, no momento a principal demanda por trigo disponível vem dos moinhos, que precisam comprar pelo menos um milhão de toneladas.

A forte demanda pelos moinhos sustenta o mercado na faixa de US$ 233/tonelada no porto de Rosário. Mas a verdade do mercado pode estar marcando os preços do trigo disponíveis em Buenos Aires: US$ 227/tonelada.

Resumindo: pode-se dizer que o mercado já está entrou novo ciclo da safra, deixando de lado os negócios da temporada 2020/21, apesar dos primeiros lotes colhidos no início do Norte do país entrarem no mercado apenas em meados de outubro.

O lado positivo é que, ao contrário do ano passado, quando a safra caiu para 17 milhões de toneladas e o governo temia que a Argentina ficasse com falta de abastecimento, desta vez espera-se uma oferta mais folgada.

Longe de se preocupar, o Governo terá ainda o benefício de um forte influxo de divisas durante os meses de dezembro e janeiro, fruto da maior taxa de vendas dos produtores. 

Fonte: AF News

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