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Trigo Balanço Semanal: cotações têm queda generalizada no BR e mercado externo por conta do clima favorável



Os preços do trigo encerram a última semana de maio com desvalorização generalizada em várias partes do mundo, sustentados principalmente pela melhora do clima nas lavouras do Brasil, Estados Unidos e França, que se torna favorável ao desenvolvimento e produção do cereal

Trigo Brasil

cotação do trigo encerra a semana com leve queda no Brasil, entre 0,07% e 0,18% na variação semanal dos estados de Paraná e Santa Catarina e com pequeno avanço de 0,37% no preço médio estadual pago ao produtos no Rio Grande do Sul.

As chuvas que ocorreram nos últimos dias em várias regiões produtoras do país, trouxeram grande melhora nas qualificações do trigo, tornando o cenário da produção da safra 2021 mais otimista.

Por outro lado, com a queda dos preços do trigo tanto doméstico, como no exterior, os vendedores brasileiros estiveram mais ativos no mercado, mesmo com os moinhos ainda um tanto quanto restritos aos negócios, já que as vendas de farinhas deram sinal de melhora neste mês, mas os agentes ainda dizem que precisam fazer concessões entre os compradores dos derivados para que o produto tenha melhor saída.

O dólar também contribuiu na queda dos preços, já que a desvalorização da moeda americana chega a esta sexta-feira (28) com baixa de 2,46% na semana, cotada a R$ 5,22. Na variação mensal o recuo é de 2,61%.

Apesar de que o preço pago ao produtor não teve grande modificação nos indicadores, mas o lote do trigo ofertado aos moinhos teve menor cotação praticada no decorrer da semana. No Paraná, a tonelada do trigo vendido para as cerealistas ficou na faixa de R$ 1600/1650 (FOB) com redução de R$ 50/100 por tonelada, enquanto que no Rio Grande do Sul o lote foi negociado na faixa de R$ 1570 (FOB).

As perdas só estiveram limitadas, porque neste momento a importação de trigo argentino, que inclusive está entrando nos portos a valores mais baixos que o cereal nacional em determinadas localidades, se encontra limitada, além, é claro, deste período de entressafra, que restringe a oferta do cereal nacional.

Com relação a nova safra, segundo o Deral em último boletim divulgado na terça (25), o plantio do trigo no Paraná chegou a 58% das áreas, com avanço de 32% em uma semana. O principal fator que contribuiu para o avanço expressivo de semeadura, foi a melhora do teor de umidade do solo. Isso também favoreceu as qualificações de lavouras, que melhoraram no intervalo de uma semana.

De acordo com a entidade, até a última segunda (24),  92% das áreas estavam em boas a excelentes condições, contra 71% que foram registradas na semana anterior. Em situação regular ficaram 8% das plantas e nenhuma área foi classificada como ruim.

No Rio Grande do Sul, o conjuntural semanal da Emater-RS divulgado ontem (27), demonstrou que o plantio de trigo no estado começou nesta reta final de maio, mas o ritmo de semeadura deve avançar mesmo a partir da próxima semana, já que entre sexta e domingo são previstas chuvas para várias regiões do Estado, o que deve melhorar as condições do solo.

Por outro lado, em algumas áreas como em Ijuí, o excesso de umidade de solo prejudicou os trabalhos no campo e o plantio só deve ser retomado a partir do começo de junho, já que com o solo molhado, as maquinas ficam impedidas de operar.

De acordo com o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro/RS), deve ocorrer aumento de área do trigo no Rio Grande do Sul, em cerca de 10,5% em relação à temporada passada.

Conforme o presidente da Fecoagro, “o trigo aumentou basicamente em função das cotações do cereal, ou seja, os preços atrativos tornaram a atividade rentável e isto está levando o produtor de trigo a aumentar sua área no Rio Grande do Sul”.

Já para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) , a estimativa da produção do trigo nacional deve ficar  em 7,3 milhões de toneladas, crescimento de 18,3% em relação ao ano anterior, com o rendimento médio devendo aumentar 17,2%.

A região Sul deve responder por 88,7% da produção tritícola nacional em 2021. No Paraná, maior produtor de trigo, com participação de 51,7% no total nacional, a produção foi estimada em 3,8 milhões de toneladas, crescimento de 21,8% no ano. O Rio Grande do Sul, segundo maior produtor, com participação de 35,0% do total nacional, deve produzir 2,6 milhões de toneladas, crescimento de 22,1% em relação ao ano anterior.

Trigo Argentina

Nesta última semana de maio a Argentina registrou o plantio das primeiras lavouras de trigo safra 2021/22. De acordo com o Panorama Agrícola Semanal (PAS) da Bolsa de Cereales, até a última semana 226 mil hectares de trigo haviam sido semeados, o que representa 3,5% do total das áreas esperadas de 6,5 milhões de hectares para este novo ciclo.

Até o momento, houve um atraso interanual de 1,5%, principalmente devido à falta de umidade do solo em grandes setores do noroeste da região produtiva. Porém, as previsões de chuvas que eram esperadas para o último final de semana, deveriam impulsionar os trabalhos nos próximos dias.

Ainda segundo o PAS, nessas regiões (NEA y Centro-Norte de Córdoba), a possibilidade de recuperação da área resignada no ciclo anterior está vinculada à umidade disponível para a semeadura. Porém, a opção de reservar o perfil de água do solo para a próxima safra de verão limita essa intenção de expansão da área.

Por fim, no centro e no sul da área agrícola, também foi registrado o início da atividade com a semeadura dos primeiros lotes de trigo. Alguns produtores específicos optaram pelo plantio antecipado dos ciclos mais longos, em busca de uma liberação antecipada dos lotes para o período de entressafra.

Assim como no mercado externo, os preços do trigo do país vizinho também sinalizaram depreciação nos últimos dias. No mercado físico a cotação teve menor intensidade de queda, mas mesmo assim, finalizou com perdas de 0,72% cotado a US$ 274/ton.

Na Bolsa de Cereales, as perdas ficaram entre 0,39% a 2,63% nas entregas entre mai/21 a dez/21. A Bolsa de Rosário também registrou recuos, entre 1,42% e 2,50% para os futuros de jun/21 a ago/21.

Na quarta-feira (26) a Agência Marítima NABSA divulgou o Line Up de exportação de trigo dos próximos dias. Entre os dias 26 de maio a 04 de junho, estão programados o envio de 430,5 mil toneladas de trigo para o exterior com queda de 11,42% em comparação com o volume programado na semana anterior. Destas 178,5 mil tons tem destino ao Brasil com aumento de 55% em uma semana. O volume destinado vai para ADM Agro (90,5 mil tons), Intergrain (30,0 mil tons) e Bunge (25,0 mil tons).

Trigo Mercado Externo

Logo no início da semana, o USDA divulgou seus dados sobre o progresso da safra de grãos dos EUA informando que 94% das lavouras de trigo primavera foram semeadas até o último domingo (23), o número foi exatamente o esperado pelos analistas, com avanço de 11% em uma semana, 16% mais adiantado que em igual período do ano anterior e 11% a mais que a média dos últimos cinco anos.

Os analistas também esperavam que 57% da safra estivesse classificada em condições boas a excelentes, mas somente 45% das áreas alcançaram essa qualificação. O restante, 41% ficou em situação regular e 14% segue em condições ruins ou muito ruins.

Com relação ao trigo de inverno, 67% das áreas seguiram em desenvolvimento vegetativo, com avanço de 1% em comparação ao mesmo período do ano anterior e 2% a frente da média de cinco anos.

As classificações de qualidade do trigo de inverno recuaram 2% em vista da avaliação da semana anterior, ficando com 47% das áreas boas a excelentes. Os analistas esperavam que o indicador subisse para 50% do trigo classificados em boas a excelentes condições.

Ainda na segunda (24), o Departamento também divulgou dados sobre as inspeções semanais de grãos, declarando que os EUA vistoriou 573,91 mil toneladas de trigo entre os dias 14 a 20 de maio, com queda de 13% em uma semana. Os dados ainda estavam no limite superior das estimativas dos analistas, que variaram entre 420 e 630 mil toneladas. O Japão foi o destino número 1, comprando 900 mil tons. Os totais acumulados para o ano comercial de 2020/21 estão mantendo uma pequena liderança em relação ao ritmo do ano passado, com 24,949 milhões de toneladas.

Diante da melhora do clima, com chuvas abundantes e necessárias para a melhora da umidade do solo para as lavouras de trigo norte-americanas e da queda nas inspeções de exportações, o trigo começou a semana registrando perdas que seguiram até quinta-feira (27), quando o USDA deu novos dados sobre as vendas líquidas e exportações dos grãos.

Segundo o USDA, a comercialização de trigo da safra 2020/21 ficou em 29,5 mil toneladas no período de 14 a 20 de maio, com queda de 76% em uma semana e 58% a menos que a média de quatro semanas. Por outro lado, as vendas da safra 2021/22 ficaram em 373,8 mil tons, volume bem visto pelo mercado.

As exportações de trigo neste período totalizaram 529,3 mil tons, com queda de 7% em uma semana e 5% abaixo das quatro semanas anteriores. Os destinos principais foram: Japão (92,3 mil t), México (85,8 mil t) e Filipinas (68,1 mil t).

Enquanto isso, a consultoria russa Sovecon, reduziu ligeiramente sua previsão para a safra de trigo de 2021 do país para 80,9 milhões de toneladas, por conta da redução dos hectares plantados do trigo de inverno na atual safra, devido ao clima desfavorável para o desenvolvimento da cultura. A colheita de trigo russo começará em cerca de um mês.

Já nesta sexta-feira (28), uma rodada de vendas técnicas novamente pressionou os índices que haviam se recuperado no dia anterior, fazendo as cotações do trigo finalizarem a semana com queda.

Segundo os agentes de mercado dos EUA, a queda nos preços do trigo nesta reta final da semana foram motivados pela melhora das condições de lavouras da França, que ficaram em 80% em boas a excelentes condições até 24 de maio, conforme o levantamento do escritório agrícola FranceAgriMer.

Outro fator que pressionou as cotações nesta sexta, foi o início da colheita de trigo na China, que agora, com a demanda interna aquecida do cereal, poderá passar a importar menos trigo dos EUA, esse provável recuo na demanda global foi absorvido de forma negativa no mercado.

Sendo assim, os futuros do trigo hard entre jul/21 a mai/21 recuaram 0,57% a 1,72% na semana e o trigo soft depreciou 0,58% a 1,59% para os mesmos prazos de entrega, com exceção do mês de mai/22 que subiu 0,15% na variação semanal.

Fonte: AF News

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