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Trigo Balanço Semanal: USDA eleva produção da safra global de trigo 2021/22 para 780,28 milhões de toneladas



O mercado brasileiro de trigo teve uma semana mais curta devido ao feriado de 7 de setembro e com isso os negócios estiveram mais lentos. Os preços, por sua vez, recuaram em algumas regiões, diante da aproximação da colheita da safra de trigo no Paraná e desvalorização nos preços da commodity na Bolsa de Chicago. Já na reta final da semana, o USDA divulgou suas novas previsões de oferta e demanda global de grãos, aumentando a produção de trigo da safra 2021/22

Trigo Brasil

Os preços do trigo operaram estáveis em boa parte da semana no mercado brasileiro, mas chegam a sexta-feira (10) com algumas perdas que ficaram entre 0,45% a 1,00% na variação semanal.

No Paraná, as cotações ficaram em R$ 87,76/saca contra R$ 88,65/saca registrada na semana anterior (03).

preço do lote do trigo também acabou cedendo, perante a queda no dólar e sinais de aumento na oferta do grão com a aproximação da colheita. No Rio Grande do Sul a tonelada do trigo ficou a uma média de R$ 1500 FOB e no Paraná, os índices atuaram na faixa de R$ 1600 a R$ 1630 por tonelada FOB.

Com a queda no dólar o mercado observou uma menor paridade para o trigo importado, de acordo com o mostra a tabela abaixo.

Ainda nessa semana a Conab divulgou seu relatório atualizado sobre o levantamento da safra de grãos do Brasil, apontando que a safra nacional de grãos fecha o ciclo com um volume estimado de 252,3 milhões de toneladas, uma redução de 1,8% sobre a safra passada e 1,6 milhão de toneladas inferior à previsão do levantamento realizado em agosto deste ano.

Já com relação a nova safra, voltada agora para a cultura do trigo, a Companhia relatou que espera aumento de produção aliado ao incremento do consumo interno em 3,71%. O cenário é favorável, de modo que os estoques de passagem estarão em níveis mais confortáveis. Para estes, a previsão é que fechem o ano em 1,36 milhões de toneladas, volume próximo ao observado em safras anteriores a 2019/20.

De acordo com o levantamento semanal da Conab, 100% das áreas de trigo no Brasil encontram-se semeadas, sendo que destas, 3,8% foram colhidas, 5,8% estão maturação, 26,7% seguem em maturação, 25,6% em floração e 38,2% ainda continuam em desenvolvimento vegetativo. Estes indicadores correspondem a média nacional ponderada pela área total semeada dos estados de BA, MG, SP, GO, PR, SC e RS, que juntos representam 98,5% da área cultivada do Brasil.

Os estados de Goiás (82,9%), Minas Gerais (63,0%) e São Paulo (10,0%) são os mais adiantados no processo de colheita este ano.

Ainda segundo a Conab, em seu relatório de monitoramento semanal das lavouras, no Paraná, o clima seco diminuiu a incidência de doenças, porém gerou preocupação para a formação e rendimento dos grãos. No Rio Grande do Sul, o retorno das chuvas nos últimos dias favoreceu a cultura, que está, em sua maioria, na fase vegetativa, migrando para a fase reprodutiva. Em Goiás, após a colheita das lavouras de sequeiro, as áreas irrigadas estão sendo colhidas, apresentando bons rendimentos. Em Santa Catarina, na região Oeste as temperaturas médias estiveram mais elevadas nos últimos dias, impondo maiores restrições para o desenvolvimento da cultura.

Trigo Argentina

Na manhã desta sexta-feira (10) a Bolsa de Cereais de Rosário divulgou uma análise sobre os indicadores comerciais do setor industrial e exportador do trigo, mencionando que passada boa parte da safra 20/21, estas informações apresentam um panorama sobre a comercialização do trigo. Em relação à nova safra, as chuvas impulsionam o desenvolvimento das lavouras, embora a probabilidade de Niña cresça nos próximos meses.

“A três meses do final da safra 2020/21, é interessante fazer uma análise da situação de como o trigo vem sendo comercializado. Dos 19,5 milhões de toneladas que compõem o fornecimento total, até 1º de setembro, 15,6 milhões de tons já haviam sido comercializadas, o equivalente a 80%”.

Um elemento que se destaca foram as compras do setor exportador. Estes totalizaram 12 milhões de tons, excedendo em 1,8 milhões de tons o total estimado de trigo a ser exportado na safra atual. Esta situação tem-se repetido nos dois últimos ciclos: em 2018/19 adquiriu nesta época do ano 1,6 milhões de tons acima das suas previsões, enquanto em 2019/20 registrou 3,5 milhões de tons a mais do que o total de grão enviado ao exterior durante o toda a temporada.

Ao mesmo tempo, as compras da indústria (setor de moagem) a partir de 1º de setembro atingiram 3,5 milhões de tons, o que representa 63% da moagem total projetada para a safra. Esta é a menor proporção de compras neste momento no ano sobre a moagem total desde o ciclo 2015/16. Da mesma forma, o setor ainda precisa adquirir 2,1 milhões de tons de cereal para chegar aos 5,7 milhões de tons projetados para serem industrializados no ciclo atual.

Tomando a oferta total de grãos da campanha e deduzindo a estimativa de grãos para uso na fazenda e como semente, é necessário que 3 milhões de tons ainda estejam disponíveis para venda, o triplo do grão disponível no mercado há um ano e o maior volume desde o Ciclo 2016/17 para esses momentos da campanha. Em todo caso, é provável que haja um determinado volume comercializado intersetorialmente. Isso não apresentaria desvantagens, pois, quando olhamos para os estoques comerciais de trigo, eles são abundantes para a época do ano.

Os estoques em armazéns, plantas de exportação e plantas industriais em 1º de setembro eram de 4,15 milhões de tons, 48% a mais do que os estoques registrados um ano atrás, e o maior volume para a mesma data desde setembro de 2015.

Com relação as lavouras da safra de trigo 2021/22 da Argentina, o mais recente Panorama Agrícola Semanal da BCR apontou que 78,7% das áreas estão em condições boas a excelentes, com aumento de 9,3% em relação a semana anterior.  A melhora nas qualificações das lavouras é explicada pelas precipitações que ocorreram nos últimos dias e melhoraram para 67,9% as lavouras consideradas com condições hídricas adequadas ou ótimas, 9% a mais que na semana passada.

Por outro lado, 38,4% das áreas de trigo já estão em fase de frutificação e por isso, as necessidades hídricas começam aumentar, havendo maior necessidade de chuvas para os próximos dias, por conta da maior demanda de água das plantas.

Nas cotações, o preço do trigo no mercado spot recuou na semana, passando de US$ 289/ton no dia 03 de setembro, para US$ 288/ton nesta sexta (10). Enquanto isso, os contratos futuros da Bolsa de Rosário, Bolsa de Cereales e MATBA subiram entre 0,36% a 2,91% nos vencimentos de set/21 a abr/22.

Trigo Mercado Externo

Nos EUA a semana também foi mais curta, devido ao feriado do dia do trabalhador em 06 de setembro, mas na terça-feira (07), a Bolsa de Chicago operou normalmente e algumas notícias e rodadas de vendas técnicas pressionaram os preços do trigo que caíram.

comercialização do trigo norte-americano não foi tão expressiva, já que os traders atuavam cautelosos perante a véspera da divulgação do relatório WASDE de oferta e demanda global de grãos, que ocorreu nesta sexta-feira.

Ainda na terça, o USDA atualizou seus dados sobre o progresso da safra de trigo de inverno 2021/22, que está começando a ser plantada, com avanço de 5% até domingo. Washington (36%) e Colorado (22%) estão liderando o processo, mas apenas oito dos 18 principais estados produtores fizeram progressos mensuráveis até agora, de acordo com o USDA.

colheita de trigo da primavera seguiu progredindo mais rapidamente do que nos últimos anos, atingindo 95% de conclusão até 5 de setembro de 83%, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA.

No decorrer da semana, preocupações persistentes com a competição global – especialmente porque os estoques canadenses estão maiores do que o esperado – desencadearam uma rodada de vendas técnicas por parte dos investidores.

Na quinta, porém, os preços se estabilizaram, diante da melhora na comercialização de trigo norte-americano, com a divulgação dos dados de vendas líquidas e exportações do USDA. Segundo o Departamento, vendas líquidas de 388.400 toneladas para 2021/2022 foram relatadas, com aumento de 32% em relação à semana anterior e 54% comparado à média de 4 semanas anteriores.  

As exportações de trigo para o período de 27 de agosto a 02 de setembro ficaram em 390.100 toneladas caindo 7% em relação à semana anterior e 33%  ante à média de 4 semanas anteriores.   Os destinos foram principalmente para o México (106.600 t), Filipinas (63.000 t), Taiwan (57.200 t), Guatemala (33.500 t) e Coréia do Sul (33.300 t).

Nesta sexta-feira (10) as cotações operaram estáveis em relação ao dia anterior, com os traders bastante focados nas novas previsões do relatório WASDE. Mesmo assim, os índices encerraram a semana com perdas entre 4,04% a 5,45% nos vencimentos de set/21 a jul/22 para o trigo hard e depreciação de 3,46% a 5,77% para o trigo soft.

Oferta e Demanda Global de Trigo

De acordo com o relatório WASDE do USDA em sua versão de setembro, a produção global de trigo para a safra 2020/21 deve ficar em 785,83 milhões de toneladas, projeção semelhante aos 785,84 milhões de tons do relatório anterior.  Com isso, o total ofertado caiu para 1,073 bilhão de tons. A demanda doméstica global ficou em 780,87 milhões de tons, resultando num estoque final de 292,56 milhões de toneladas, aumento de 1,29% ante o relatório passado.

Para a safra 2021/22 que possuía maior relevância para o mercado, o USDA previu que a produção global de trigo deva alcançar 780,28 milhões de toneladas, com acréscimo de 0,43% em relação ao relatório passado. O total ofertado ficou em 1,072 bilhão de tons, com aumento de 0,67%. O total da demanda doméstica global foi projetado em 789,63 milhões de toneladas, resultando num estoque final de 283,22 milhões de toneladas ou 1,49% a mais que a previsão anterior.

As maiores mudanças nas previsões do USDA nesta nova versão do WASDE foram observadas na Argentina, que teve queda de 500 mil toneladas nas estimativas de produção da safra 2021/22 para 20 milhões de toneladas. Porém, com um estoque inicial maior, vindo da safra anterior, os estoques finais foram aumentados para 3,24 milhões de tons ou 5,24% a mais em relação a previsão anterior. As estimativas de exportações se mantiveram em 13,5 milhões de toneladas.

Austrália, Canadá e Ucrânia também sofreram mudanças significativas nas sua previsões.

Fonte: AF News

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