A forte frente fria que passou pela região Central e Sul do Brasil durante o mês de julho, parece ter prejudicado as lavouras de trigo em estágios mais adiantados de desenvolvimento. No Paraná, 27% das áreas estavam mais sensíveis a danos e de acordo com o Deral, algumas regiões já começaram a visualizar perdas, mas ainda é cedo para quantificar os danos. Segundo o Cepea, as condições climáticas nos próximos dois meses, pelo menos, devem ser fundamentais para se calcular a produção nacional
O boletim semanal do Cepea, divulgado na última segunda, apontou que as baixas temperaturas da última semana causaram perdas em parte das lavouras de trigo nos estados do Paraná, de Santa Catarina e de São Paulo, especialmente as que estão em estágio de desenvolvimento mais avançado, quando são mais vulneráveis ao frio intenso.
Segundo colaboradores do Cepea, as condições climáticas nos próximos dois meses, pelo menos, devem ser fundamentais para se calcular a produção nacional, uma vez que a maior parte das lavouras ainda estava nas fases iniciais e/ou intermediárias de desenvolvimento.
As geadas e a retração de produtores mantiveram os valores do cereal em alta nos mercados de balcão e disponível, mesmo com a desvalorização do dólar.
Além das lavouras de trigo, a frente fria também prejudicou as pastagens e o milho, substituto na ração, elevando, consequentemente, o preço do farelo de trigo. Em contrapartida, as negociações das farinhas continuam baixas, influenciadas pela menor demanda.
No Estado do Paraná, algumas regiões produtoras de trigo já começaram a apontar perdas nas lavouras, como é o caso da Região de Campo Mourão, que no momento ainda não conseguiu quantificar as perdas, porém, já sinalizou que as geadas atingiram as plantas nas fases de desenvolvimento vegetativo, floração e frutificação.
Em Cornélio Procópio, os trigos semeados sofreram as consequências da frente fria, principalmente aquelas lavouras que estavam em floração devendo ser avaliado pelos técnicos de campo.
A região de Francisco Beltrão, também já demonstrou danos pelas geadas, pois estima-se que 35% das áreas de trigo estavam em fase suscetível, porém, é necessário aguardar alguns dias para mensurar os danos.
De acordo com o último boletim do Departamento de Economia Rural do Paraná, sobre as qualificações e desenvolvimento das lavouras. Até o dia 26 de julho, 90% das áreas de trigo estavam em boas a excelentes condições. Já na última avaliação do Deral, no dia 02 de agosto, esse número caiu 26% para somente 64% das áreas classificadas nestas condições. Outros 28% dos hectares de trigo ficaram em situação regular e 8% estão em ruins ou péssimas condições.
Nas fases de desenvolvimento, 2% do trigo paranaense está em fase de frutificação, 40% em floração, com avanço de 13% em uma semana e 58% ainda segue em desenvolvimento vegetativo.
Mediante a este cenário, as cotações permanecem em alta. Ontem (03), o trigo fechou com valorização de 0,7% no Paraná, valendo R$ 86,93/saca de 60 Kg paga ao produtor (FOB). Em Santa Catarina o preço do trigo subiu 0,9% na variação diária, custando R$ 83,69/saca. Já no Rio Grande do Sul, a média permaneceu em R$ 80,76/saca.
A cotação da tonelada do trigo também subiu, mas os negócios ainda não demonstraram grandes aumentos de volume. Agora o lote do trigo comercializado às cooperativas e cerealistas do Paraná está entre R$ 1600-1650 por tonelada. Enquanto que no Rio Grande do Sul, a média é de R$ 1520-1550/ton.
Fonte: AF News