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Trigo Brasil: piora da qualidade de trigo no Paraná pode diminuir a oferta do cereal para panificação



As geadas e clima seco no decorrer do cultivo do trigo do Paraná safra 2021, já demonstram seus efeitos negativos sobre as lavouras. De acordo com o Deral em seu último levantamento divulgado nesta terça (17), 12% das áreas já foram avaliadas em condições ruins e essa baixa nas qualificações pode representar uma menor produção de trigo panificável. Preços continuam elevados

cotação do trigo opera com preços levemente mais altos nesta quarta-feira (18) nos estados do Paraná e Santa Catarina.

De acordo com o indicador do Deral, a média do preço da saca de trigo paranaense custava R$ 90,15/saca com incremento de 0,1% ante o dia anterior, na semana o ganho é de 2,5%.

Em Santa Catarina o preço do trigo valia R$ 85,50/saca com valorização de 0,1% em um dia e alta de 0,4% no comparativo semanal.

No Rio Grande do Sul a média permanecia estável a R$ 81,08/saca. O lote de trigo disponível comercializado as cooperativas e cerealistas atuava nos patamares de R$ 1530/1550 FOB. Já no Paraná, as pedidas estão na faixa de R$ 1600/1650 FOB.

Para a safra nova, alguns tradings atuantes no Rio Grande do Sul, relatam que os valores ofertados estão na faixa de R$ 1.350,00 no porto. Já as indústrias de rações indicam preços variando de R$ 1.300,00 até R$ 1.420,00 FOB, dependendo da localização e volume ofertado. Por sua vez, os vendedores pedem R$ 1.450,00 no interior.

Com relação ao cultivo, o novo boletim do Departamento de Economia Rural do Paraná atualizado nesta terça-feira (17), mencionou que 19% das áreas do trigo paranaense estão em fase de frutificação, 47% seguem em floração e 34% ainda estão em desenvolvimento vegetativo.

No mesmo boletim, o Deral rebaixou ainda mais as qualificações de trigo do estado, passando para 12% as áreas ruins. Outros 27% seguem em situação regular e 61% ainda permanecem em boas ou excelentes condições.

Essa piora nas condições das plantas, pode impactar seriamente na qualidade dos grãos de trigo, o que por consequência, deverá acarretar numa menor oferta de trigo panificável.

Deste modo, mesmo com uma safra recorde sendo estimada pelos órgãos competentes, a disputa pelo trigo de melhor qualidade poderá ser acirrada, fazendo os preços destes lotes serem ainda maiores no período de maior demanda.

Além disso, a valorização do trigo no mercado externo, depois da drástica redução da safra 2021/22 da Rússia, que passou de 85 milhões inicialmente esperados, para 76 milhões de toneladas na semana passada, associada à perda de qualidade das lavouras de trigo dos EUA e Canadá por conta do calor excessivo e secas, segue auxiliando na manutenção dos preços do cereal doméstico.

A cadeia de trigo brasileira deve se atentar ainda, sobre o progresso da safra de trigo 2021/22 da Argentina, que está com 6,5 milhões de hectares de trigo semeados e cuja produção esperada é de 19 milhões de toneladas, conforme dados estimados pela Bolsa de Cereales. No começo da safra, a previsão de plantio chegou a ser de 6,9 milhões de tons e 21,5 milhões de toneladas produzidas. Mas novamente, a estiagem em algumas regiões tem ocasionado problemas no desenvolvimento das plantas e diminuindo o seu potencial produtivo. Sendo assim, se novas chuvas não ocorrerem num intervalo curto de tempo, novas perdas poderão começar a surgir.

Fonte: AFNews

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