Até segunda-feira (09), somente 9% das áreas tinham sido plantadas
O Deral atualizou ontem (11), o seu boletim semanal de progresso e condições de lavouras do Estado do Paraná, informando que até a última segunda, apenas 9% das áreas esperadas para o trigo foram semeadas, com avanço de somente 3% em uma semana. O plantio de trigo está atrasado, o que já ocorreu em outros anos. Mas neste ano, a situação é bastante preocupante, uma vez que o clima está seco e as perspectivas de chuva são baixas.
As qualificações de lavouras boas a excelentes continuam em 30%, mesmo índice da semana passada. Já as áreas regulares recuaram 1 ponto percentual para 69% e houve sinalização de 1% de áreas classificadas como ruins neste último relatório.
Segundo a avaliação do agrônomo e analista de trigo do Deral (Departamento de Economia Rural), “a preocupação com o plantio é grande porque, a curto prazo, não há perspectiva de chuva”, afirma ele.
O Paraná é o principal produtor do cereal no país, e o estado tem potencial para produzir 3,8 milhões de toneladas nesta safra que ainda está sendo semeada.
Para evitar chuva no período final da cultura do trigo, ou até mesmo para antecipar a colheita e deixar a terra livre para o plantio da soja, muitos agricultores fizeram o plantio do cereal mesmo com o terreno seco.
O produtor que se arriscou a fazer o plantio do trigo sem a umidade de solo adequada, já observa uma germinação bastante desigual para a cultura. No entanto, ainda não dá para prever uma quebra de produtividade, mas o produto poderá perder qualidade, segundo Hugo Godinho.
De acordo com o Cepea, por conta do preço do trigo estar bastante atraente para o produtor este ano, com a tonelada custando na faixa de R$ 1660 no Paraná, com alta de 34% ante igual período do ano anterior e 93% acima que há dois anos, o cultivo do cereal se tornou uma boa opção para esta safra.
Sendo assim, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) a produção nacional de trigo poderá chegar a 6,4 milhões de toneladas na safra 2021. Ainda assim, vale ressaltar que o consumo interno anual é de 11,8 milhões de toneladas, o que mantém a necessidade do país em importar um volume superior a 6 milhões de toneladas.
Fonte: AF News
