Apesar das cotações terem sinalizado estabilidade, negócios ainda estão lentos, tanto no mercado físico, como para a nova safra, já que com os preços mais baixos, os produtores deixaram o mercado de lado
As condições climáticas favoráveis nas lavouras trigo do país, com a ocorrência de bons volumes de chuvas nos últimos dias, melhorou potencialmente a umidade de solo e por consequência as qualificações das lavouras, principalmente no estado do Paraná, onde o plantio do trigo se encontra mais adiantado.
No Rio Grande do Sul as precipitações também foram bem vindas, favorecendo a continuidade do plantio na maioria das localidades.
Por outro lado, com o bom cenário em relação a produção do trigo no país, os preços recuaram, associados também a baixa nos indicadores do mercado externo.
Com isso, o mercado começa a nova semana com preços estáveis, mas com poucos negócios ocorrendo.
Enquanto isso, do lado da indústria, boas notícias foram divulgadas a semana passada. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), em 2020 houve alta de 8,1% no consumo de pães industrializados, com 89,4% das famílias brasileiras adquirindo o produto. O levantamento apontou ainda que 99,7% das famílias brasileiras consumiram biscoitos e 99,6% consumiram massas alimentícias industrializadas, como macarrão e lasanha. O resultado representa crescimento de 0,1% e 0,3% na comparação com 2019, respectivamente.
Segundo a pesquisa bancada pela Associação, um dos principais fatores, que estimulou a maior penetração destes alimentos nas residências do País, foi o auxílio emergencial, pago pelo governo federal para ajudar as famílias que perderam renda com a pandemia de covid-19. De acordo com a pesquisa, dois reais a cada três do benefício foram destinados para a compra de alimentos. “Ao todo, 66% de quem recebe auxílio emergencial direciona esse dinheiro para alimentos e bebidas”.
Outro motivo relacionado à pandemia, que contribuiu para estimular o consumo de derivados de trigo nos lares, é o isolamento social, que levou as famílias a fazerem mais refeições em casa. Neste sentido, a categoria “pães” foi a que mais cresceu nos primeiros meses da pandemia, atingindo a 30% a mais de volume comercializado e 35% de crescimento no valor negociado.
Dentre os pães industrializados, observou-se maior demanda por aqueles que tem algum tipo de apelo voltado à saúde, como fibras ou redução calórica, como os de centeio e integrais ou os pães derivados de sementes com alguma adição ou farinha integral. Em relação às massas, em 2020, pela primeira vez a quantidade média por brasileiro ultrapassou o patamar de 5 quilos consumidos por ano, atingindo exatos 5,063 quilos por pessoa. Para 2021, os fabricantes esperam que a tendência altista de consumo continue. A expectativa é que o faturamento das indústrias do setor, que foi de R$ 40,5 bilhões em 2020, cresça de 3% a 5% no corrente ano. Já no volume vendido, que foi de 3,5 milhões de toneladas de produtos, espera-se um crescimento de 2% neste ano.
Fonte: AF News